Há quatro anos a internet foi incluída definitivamente no jogo eleitoral. Naquele ano deu-se a primeira batalha bloguística entre simpatizantes de um e de outro candidato. E eu até achava divertido.
Mas é cansativo. De fato, é quase impossível debater algo em um blog, e isso porque os comentaristas partem cedo para a agressão verbal, numa coragem derivada do anonimato que é, antes de qualquer coisa, cômica. Se metade das pessoas saísse às ruas tratando umas às outras da maneira pela qual blogueiros e comentaristas agridem-se mutuamente viveríamos mesmo em uma guerra civil. Por isso as bravatas são risíveis. De todo modo, se não é o caso de falar em violência física, só a violência simbólica já é um sintoma preocupante.
A coisa só mudou de figura mesmo com a entrada em campo do modus operandi da Veja e seus blogueiros. Nem digo tanto pelo fato de que expressam suas opiniões - direito que assiste a todos - ou que não tenham o bom costume da honestidade intelectual.
Preocupa-me mesmo é a assimetria. Entre o Reinaldo Hollywood (em algum lugar já não disseram que uma tradução para Hollwood era bosque de azevinhos, portanto azevedo? - combina com ele, né, afinal, entre as características do blockbuster não estão o fato de serem quase sempre filmes de qualidade duvidosa, elevado orçamento e público massificado?) mas, voltando, entre o Reinaldo Hollywood e um blogueiro amador existe um abismo tão gigantesco, não de competência para o debate, mas de financiamento, que fica impossível sustentar uma divergência com eles de modo civilizado.
Agora a Veja arrumou mais um, o tal do Augusto Nunes. Modus operandi similar: viseira em cada lado do teclado, desonestidade intelectual e, sob a desculpa esfarrapada de que o blog é propriedade individual, intolerância aos comentários discordantes.
Se não se trata de desonestidade intelectual, então perca algo do seu precioso tempo e acompanhe a área de comentários: além de apagar os textos divergentes, o tal do Nunes se permite apontar e ridicularizar apenas os erros de português de quem discorda dele!
Como em geral não há como divergir "in web loco" com aquela gente abri, pelo menos neste ano eleitoral, este espaço pessoal.
Meus objetivos:
1) em primeiro lugar, me divertir;
2) em segundo lugar, defender um projeto político no qual eu acredito e que sempre teve o meu apoio, embora jamais irrestrito.
Por isso, de vez em quando, darei uma passadinha aqui, serei polidamente ríspido com uns e outros e vou em seguida cuidar do resto da vida.
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