quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

Ninguém lê Reinaldo Azevedo

Você chega aqui agora, vê o título e pensa: esse cara, além de mal humorado (só o mau humor explica alguém chamar-se a si de Ríspido, certo?), é doido. O "Tio Rei" (argh!) tem mais de não sei quantos page views, comentários às centenas todos os dias - ele até precisa da ajuda da "Dona Reinalda" (argh!) para liberá-los; tem um exército de leitores sempre prontos para desinfetar o espaço, exterminando os discordantes.

Mas, bissexto leitor (quem me dera um leitor a cada dois anos), pense um pouco mais. Você já leu, com atenção, os comentários?  De cada, digamos, trezentos, quantos conseguem manter o nexo causal (post --> comentário) por mais de três frases?

De cada trezentos, quantos são os que esgrimam o termo apedeuta ao mesmo tempo em que escrevem barbaridades ortográficas (chique hein? já viu alguém usar o verbo esgrimar?), sintáticas e gramáticas que deveriam fazer corar (nada como um bom e velho clichê) o Reinaldo Hollywood e o Augusto Nunes?

Às vezes eu até imagino a Dona Reinalda fazendo uma faxina vernácula nos comentários, esbravejando com o Hollywood: pô, Reinaldo, assim não dá, o cara não é petralha mas nem por isso tem o direito de escrever "por iço"!
E o Reinaldo Hollywood responde: calma, Naldinha, a elite tem todo o direito de errar, é quase consuetudinário, já erra há tanto tempo...é como crime de adolescentes menores de idade: sendo pobres, cadeia neles; sendo da elite, coitadinhos, tem ainda toda uma vida pela frente...

(Sim, eu sei, eles só enxergam os erros de quem discorda deles mas, calma, ainda estamos observando você, leitor, pensar).

Fiat lux! Os que leem, leem mesmo, compreendendo cada frase, valorizando cada vírgula, notando que, às vezes o texto traz também um ou outro ponto e vírgula, estes, caro bissextíssimo, não chegam a uns dez. E, olhe, tem que descontar a gente que vai até lá de vez em quando para se divertir; afinal, os divergentes não somos bem vindos.

Por isto, de fato, ninguém aquela joça (aquelas, vá lá; o Augusto Nunes foi contratado a algum peso, não de ouro porque, para obrar aquele texto, acha-se gente a baixo custo). Também, um sujeito que diz que tem alguns milhares de leitores, tremula ao vento internético o pavilhão com o dístico "nós somos a elite de bem", se mete a publicar "textos de formação" e, ainda assim, seus leitores não lhe oferecem uma banana (aí, hein, Luxa, quase fazendo escola, quem diria...), convenhamos, esse sujeito não tem leitores. No máximo uma claque, gente que macaqueia.
Ninguém lê Reinaldo Azevedo; ninguém lê Augusto Nunes.

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